Fórum de Entidades e Projetos do Serviluz

Fórum de Entidades e Projetos do Serviluz

1. Apresentação

Uma rede é principalmente uma perspectiva e sem perspectiva não há exercício da inteligência humana. A expansão do conhecimento e da ação de homens e mulheres necessita de bases coletivas que, apesar dos dominantes insistirem em privatizar saber, possa fazer romper com sua suposta fragilidade dos grupos que constituem o trabalho social no Bairro Serviluz.

A capacidade política de compreender o lugar onde estamos e o esforço de democratização dos nossos conhecimentos, nos coloca em relação aos outros na base da igualdade de direitos, de oportunidades e de recursos de origem coletiva.

Talvez, apesar de prioritário, o termo integração não seja o que melhor expresse esse evento. Acreditamos que a partilha das potencialidades locais do Serviluz se consolida através de uma fusão de pensamentos e de práticas que nos façam rever e superar nossas próprias limitações enquanto sujeitos construtores de histórias que se transformam de acordo com nossas ações.

Com base nesses princípios, e em outros que venhamos a construir, propomos investir em alguns pontos essências da discussão sobre redes colaborativas:

1. Troca de saberes e práticas envolvendo intercâmbio efetivo entre os coletivos participantes do Fórum.
2. Em vez de integração de uma rede, pensar em costurar as várias redes existentes, de modo que elas possam se atualizar para realizar um amplo programa, visando multiplicar experiências.
3. Trocas de perspectivas fazem com que rede de redes possam ser acionadas com efetividade quando os desafios socais, econômicos e políticos o exigirem.
4. Precisamos gerar documentos textuais, visuais, audiovisuais e midiáticos dos projetos. Para que a experiência se multiplique. Rede bem costurada não é rede que se reúne todo dia junto, é rede que trabalha no cotidiano e não falta na hora da convocatória. Que se faz presente para produzir diferença e pensar caminhos.
5. Além da multiplicação dos pólos e das práticas de cultura, consideramos fundamental pensarmos como pólos de reflexão, práticas alternativas e/ou solidárias de distribuição da produção, e a criação local de novos circuitos de atuação da comunidade, onde nossas crianças e jovens vivem em situação de risco e vulnerabilidade social.
6. FÓRUNS como espaos abertos de diálogo podem pensar e propor NOVAS REGRAS de organização, além de multiplicar e revitalizar grupos e iniciativas.
7. Pensando o social e a atividade cultural como criatividades, podem sair do marasmo e do comodismo em que se encontram alguns grupos que antigamente se chamavam de movimentos sociais.
8. Gostaríamos de propor ações que possam estabelecer prioridades de atuação onde a população possa superar o regime de violência e confinamento imposto pelo mundo que a cerca.
9. Estamos convictos de que podemos criar referências de suma importância sem a qual não temos como construir a nossa própria identidade, memória e história.
10. É nesse sentido que as amizades e as parcerias brotaram nesse caminho de encontro e comunhão de propósitos. Alguns estão há mais tempo na luta, outros chegam com força renovada. Nessa mistura deve se concretizar a mesma convicção de que somos nós, coletivos e pessoas, organizando, unidos, que poderemos promover transformações reais na vida do nosso bairro, da nossa cidade e do nosso lugar no mundo.


“Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se senha junto é realidade.”
(Raul Seixas)

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